terça-feira, 30 de novembro de 2010
Rio de Janeiro e o crime organizado
Rio de Janeiro. Primeira onda de ataques do crime organizado já atingiu o fim. A tendência é submergir para voltar a surpreender.Como se sabe, o crime organizado especial, quer pelas associações mafiosas quer pelas organizações terroristas, busca difundir o medo na população. E realiza isso por meio de acções com muita visibilidade e horrendas.
No Rio de Janeiro, as associações delinquentes de matriz mafiosa formaram, com a união de fracções e milícias, uma“confederação criminal” para agir em represália à expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e resolveram exibir os músculos. Essa confederação criminal é formada pelo Comando Vermelho (CV), Amigos dos Amigos (ADA) e Milícias ( organização paramilitar).
Internacionalmente, a mais conhecida formação em “confederação criminal” (quando facções rivais se unem e promovem, nos centros de grande concentração urbana, acções contra as forças de ordem e a população) é a Camorra campana (região meridional da Campânia).
A Camorra é formada por um conjunto de fracções que levam o nome dos locais onde controlam territórios e a comunidade (Casal di Principe = Camorra casalese). Esse tipo de organização não tem órgão de tutela, de governo: são horizontais, independentes. Mas, os capi (líderes das facções independentes) unem-se numa confederação quando querem atacar o Estado e aterrorizar os cidadãos.
Em Nápoles, a Camorra controla os populosos bairros de Scampia e Secongiliano. Nessas acções difusoras de temor, o crime organizado procura sempre exibir um “cadáver excelente” (cadaveri eccelenti). A expressão foi usada pelo saudoso escritor siciliano Leonardo Sciascia.
No Rio de Janeiro já existe um “cadáver excelente”, o crime organizado matou um jovem inocente, de 14 anos.
A táctica adoptada é a de guerrilha urbana, que caracteriza-se por ataques surpreendentes, num espaço amplo, a abranger regiões a norte, sul, leste e oeste.
A confederação criminal fluminense emprega o método terrorista, mas não se confunde com as organizações terroristas, cuja ideologia não é o lucro. E a violência excessiva, como sucede com a Al-Qaeda, tem fins políticos de desestabilização supranacional.
No Rio de Janeiro, por ordem de líderes não devidamente isolados em prisões de segurança máxima, as acções em curso, como acima descrito, são a represália à política de implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). As retomadas de territórios e do controlo social pelo Estado abalaram e desfalcaram financeiramente as facções criminosas, quer do Comando Vermelho (CV), quer dos Amigos dos Amigos (ADA).
Como se sabe, ocorreram deslocamentos de várias fracções para o Complexo do Alemão e para Vila Cruzeiro.
Economicamente, os membros das facções instaladas no Complexo do Alemão e em Vila Cruzeiro passaram a ter a concorrência dos migrantes.
Nenhuma organização pré-mafiosa ou mafiosa, como Comando Vermelho, Primeiro Comando de São Paulo, Amigos dos Amigos, Camorra, ‘Ndrangheta, Cosa Nostra, Sacra Corona Unita, Tríades Chinesas, Lobos Cinzas turcos etc, consegue,dada a reacção dos Estados, manter permanentes ataques.
Como regra, as organizações criminosas e pré-mafiosas, logo depois de uma série de coordenados ataques espectaculares costumam submergir, mergulhar.
A prática comum é mergulhar e fingirem-se de vencidos. Isto até que o Estado saia da “prontidão” e os cidadãos voltem à rotina. Depois desse relaxamento das forças de ordem, o crime organizado sempre volta a atacar. Vamos ver como vai acontecer...
No Rio de Janeiro, as associações delinquentes de matriz mafiosa formaram, com a união de fracções e milícias, uma“confederação criminal” para agir em represália à expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e resolveram exibir os músculos. Essa confederação criminal é formada pelo Comando Vermelho (CV), Amigos dos Amigos (ADA) e Milícias ( organização paramilitar).
Internacionalmente, a mais conhecida formação em “confederação criminal” (quando facções rivais se unem e promovem, nos centros de grande concentração urbana, acções contra as forças de ordem e a população) é a Camorra campana (região meridional da Campânia).
A Camorra é formada por um conjunto de fracções que levam o nome dos locais onde controlam territórios e a comunidade (Casal di Principe = Camorra casalese). Esse tipo de organização não tem órgão de tutela, de governo: são horizontais, independentes. Mas, os capi (líderes das facções independentes) unem-se numa confederação quando querem atacar o Estado e aterrorizar os cidadãos.
Em Nápoles, a Camorra controla os populosos bairros de Scampia e Secongiliano. Nessas acções difusoras de temor, o crime organizado procura sempre exibir um “cadáver excelente” (cadaveri eccelenti). A expressão foi usada pelo saudoso escritor siciliano Leonardo Sciascia.
No Rio de Janeiro já existe um “cadáver excelente”, o crime organizado matou um jovem inocente, de 14 anos.
A táctica adoptada é a de guerrilha urbana, que caracteriza-se por ataques surpreendentes, num espaço amplo, a abranger regiões a norte, sul, leste e oeste.
A confederação criminal fluminense emprega o método terrorista, mas não se confunde com as organizações terroristas, cuja ideologia não é o lucro. E a violência excessiva, como sucede com a Al-Qaeda, tem fins políticos de desestabilização supranacional.
No Rio de Janeiro, por ordem de líderes não devidamente isolados em prisões de segurança máxima, as acções em curso, como acima descrito, são a represália à política de implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). As retomadas de territórios e do controlo social pelo Estado abalaram e desfalcaram financeiramente as facções criminosas, quer do Comando Vermelho (CV), quer dos Amigos dos Amigos (ADA).
Como se sabe, ocorreram deslocamentos de várias fracções para o Complexo do Alemão e para Vila Cruzeiro.
Economicamente, os membros das facções instaladas no Complexo do Alemão e em Vila Cruzeiro passaram a ter a concorrência dos migrantes.
Nenhuma organização pré-mafiosa ou mafiosa, como Comando Vermelho, Primeiro Comando de São Paulo, Amigos dos Amigos, Camorra, ‘Ndrangheta, Cosa Nostra, Sacra Corona Unita, Tríades Chinesas, Lobos Cinzas turcos etc, consegue,dada a reacção dos Estados, manter permanentes ataques.
Como regra, as organizações criminosas e pré-mafiosas, logo depois de uma série de coordenados ataques espectaculares costumam submergir, mergulhar.
A prática comum é mergulhar e fingirem-se de vencidos. Isto até que o Estado saia da “prontidão” e os cidadãos voltem à rotina. Depois desse relaxamento das forças de ordem, o crime organizado sempre volta a atacar. Vamos ver como vai acontecer...
fonte: CARTA CAPITAL
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
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